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Entre 10 e 13 de novembro, Brasília sedia a Olímpiada do Conhecimento, maior competição de educação profissional das Américas. O torneio é realizado a cada dois anos e reúne estudantes de todo o país, vindos de cursos técnicos e de formação profissional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e de Institutos Federais de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (IF).
Neste ano, a Olimpíada do Conhecimento ganhou novo formato e desafios inéditos. São 500 competidores, que participam de provas por equipe, avaliações individuais, avaliação prática e criação de projetos inovadores em sete áreas tecnológicas: Manufatura e Engenharias; Tecnologia da Informação; Engenharias Agrícola e Pecuária; Construção e Edificações; Transporte e Logística; Serviços; e Moda e Criatividade.
As áreas foram subdividas em 22 módulos diferentes, nos quais são avaliados conhecimentos teóricos e práticos, habilidades intelectuais, raciocínio rápido, criatividade, postura compatível ao exercício profissional e o resultado final dos projetos e produtos desenvolvidos.
Para a diretora de operações do Senai-DF, Maria Gricélia Melo, o modelo de competição estruturado em 2016 mostra, de fato, o nível de aprendizagem e a qualidade de ensino das unidades do Senai. “As provas não avaliam apenas os alunos, mas também a escola. São provas por equipe, provas individuais e o Sistema de Avaliação da Educação Profissional e Tecnológica (SAEP). E tudo isso acontece aqui, em Brasília, possibilitando que os nossos alunos aprendam um pouco sobre cada área e divulgando, para toda a população, a qualidade do ensino técnico oferecido pelo Senai”, afirma.
De acordo com o regulamento, cada Departamento Regional do Senai pode participar nas provas por equipe em duas ocupações. O Distrito Federal foi classificado por desempenho e tem representantes no Desafio Casa Popular Inteligente e no Desafio Tuning. As equipes foram montadas por alunos que estão matriculados em cursos técnicos ou de qualificação do Senai ou que se formaram há, no máximo, um ano. Os estudantes têm entre 17 e 21 anos e estão se preparando há cerca de quatro meses.
“A Olimpíada do Conhecimento é mais do que um evento. Toda tecnologia e conhecimento adquiridos para o treinamento são transferidos para a sala de aula. Isso faz com que todos os alunos que passam pelo Senai-DF também tenham a oportunidade de vivenciar o que tem de mais moderno no mercado”, afirma a diretora do Senai Taguatinga, Janaína Braga D’Almeida.
Casa Popular Inteligente
A primeira equipe do DF é composta pelos jovens Gabriel Borba; João Victor Oliveira; Jônatas Ferreira; Kleder Fontinelle; Nilvan de Souza; Saulo Gonçalves; Lucas Maciel e Wanderson Teixeira. Eles participam da competição na área de Construção e Edificações, que consiste na criação e execução do projeto de uma residência inteligente para atividades diárias de um casal, tendo como premissas o conforto, atividades básicas, reaproveitamento de água, redução do consumo de energia e acessibilidade. Para todas as equipes, a regra é a mesma: a realização do projeto deve envolver até oito pessoas. Cinco delas representam, obrigatoriamente, as áreas técnicas de Instalações Hidráulicas e de Aquecimento; Instalações Elétricas Prediais, Movelaria; Construção em Alvenaria; e Aplicação de Revestimento Cerâmicos.
Os alunos tem 16 horas para a execução da prova, que deve ser feita com o valor de R$ 50 mil, disponibilizado para cada equipe. Ao todo, são três dias de competição e todos os projetos apresentados devem se enquadrar nas seguintes características: terreno com limite máximo de 40 m²; fachada que permita a visualização do público de todos os ambientes internos da residência; geração de energia elétrica, com possibilidade de venda do excedente para concessionária; aproveitamento de água de reuso e sistema sustentável de aquecimento; e automação visando segurança e economia da residência.
Além disso, a Casa Popular Inteligente deve ter sala, quarto, cozinha e banheiro, com revestimento cerâmico obrigatório nos dois últimos; pintura nos ambientes internos e externos; alvenaria aparente, com a construção obrigatória de, no mínimo, 6m² e no máximo 8m² durante o evento; e construção de móveis multifuncionais ergonômicos, fabricados com madeira reciclável de baixo custo e ferragens nacionais, e que possibilitem as atividades de estudo, descanso e lazer.
Todos os requisitos cobrados na prova visam preparar os alunos para um novo modelo de negócios no segmento da Construção Civil. Empresários e consumidores estão cada vez mais preocupados com questões ligadas à sustentabilidade, baixo impacto ecológico, economia e segurança. Com base nisso, o projeto da Casa Popular Inteligente busca disseminar e incentivar a automação residencial e a utilização de recursos sustentáveis pelo setor industrial brasileiro.
As equipes tiveram a opção de levar até 80% da casa popular pronta, para fazer a finalização durante os dias da Olimpíada do Conhecimento. As equipes de todo o Brasil puderam escolher qual o tipo da estrutura da casa. Entre os 20% que são feitos no evento, estão as partes de movelaria, elétrica, alvenaria, hidráulica e automação.
Desafio Tuning
Caminhando em direção a área de Transporte e Logística, o Distrito Federal também tem representantes no Desafio Tuning, uma modalidade de personalização que permite ao usuário fazer adaptações na aparência, na potência do motor e no sistema de som dos veículos. Os competidores selecionados são: Guilherme César Benigno; Jonathan Barros; Marcos Vinícius Silva; e Rodrigo Macário.
Na Olimpíada do Conhecimento, a prova de Tuning tem duração mínima de 16 e máxima de 20 horas, e consiste na customização de um veículo novo, com alterações em pintura, motor e sistema de som. Cada equipe participante é composta por quatro competidores. Entre eles, obrigatoriamente deve haver um representante de Tecnologia Automotiva e um de Pintura Automotiva. Os alunos receberam uma quantia de R$70 mil, que deveria ser utilizada para a realização do projeto, incluindo a aquisição de veículo zero KM, 4 portas e motor 1.6.
Na execução, os competidores devem estar atentos a alguns requisitos obrigatórios, como a alteração da potência do motor, o desenvolvimento de acomodações ergonômicas de rápida higienização e a instalação de sonorização com potência total mínima de 800W RMS. Durante a prova, é permitido fazer modificações nas rodas e pneus (respeitando as determinações do Conselho Nacional de Trânsito – Contran), aplicação de inovação tecnológica no veículo e personalização nas partes internas.
Para ambos os desafios, os projetos tiveram que ser elaborados e testados previamente nas unidades de origem, mas a maior parte da execução deve ser feita durante os três dias de competição.
A equipe de Brasília fez todo o desafio em um novo Ford Ka, com base em um projeto técnico desenvolvido pelos professores do Senai-DF, fundamentado no breafing do Departamento Nacional. Algumas alterações feitas no carro pelos brasilienses são surpresa, e são consideradas carta na manga pela equipe do DF. Desde a técnica secreta para dar um efeito especial na pintura do carro, até os efeitos de suspensão e ajustes nas peças da lataria.
Inclusão Social
A Olimpíada do Conhecimento também é composta por ações inclusivas, com atividades realizadas por pessoas com deficiência. Uma delas é a prova de informática, na qual o jovem brasiliense Marcos Vieira participa. Representante do Senai de Taguatinga, Marcos enxergou a maior parte de seus 22 anos. Há, aproximadamente, cinco anos perdeu a visão por conta de estilhaços que o atingiram em um incidente com arma de fogo. Desde então, vem lutando para reconquistar a confiança e retomar a rotina normal.
No Senai, o jovem encontrou um grande estímulo ao iniciar o curso técnico em Tecnologia da Informação, que o levou a se tornar um participante da Olimpíada do Conhecimento, na modalidade de Operador de Microcomputador. Ao todo, os alunos que realizam a prova têm deficiências diversificadas, e executam três módulos diferentes: Word, Excel e Power Point. A avaliação tem duração total de 12 horas, sendo quatro horas para cada etapa. Os comandos a serem executados só são divulgados na hora da prova, mas, para garantir o sucesso, Marcos já está em treinamento desde abril do ano passado. “Estamos treinando, cerca de oito horas por dia, com base nos projetos testes desenvolvidos por outros estados. Recebo a instrução e executo as ações, como formatação de fonte, apresentações e criação de formulários e tabelas. Esta é a área com a qual mais me identifico e estou com boas expectativas para a O.C.”, diz o jovem.
Para compreender o que está sendo realizado no computador, Marcos utiliza softwares e leitores de tela. Desta forma, os aplicativos pelos quais ele navega vão sendo traduzidos por meio do som. “Para alguns aplicativos ainda não tenho tanta sensibilidade, mas vou aprendendo com base nos erros e buscando sempre melhorar para alcançar um bom resultado”, finaliza.
Área de Serviços
Além dos desafios por equipes, a Olimpíada do Conhecimento também vai realizar eventos especiais, como os desafios de serviços, da área de Alimentos. O Senai-DF vai atuar como Embaixador do evento, tendo como missão a promoção de ações de interação com o público visitante da Olimpíada.
A 9ª edição da OC foi redesenhada e ganhou novo escopo. O Senai-DF foi convidado pelo Departamento Nacional para demonstrar o projeto, com o tema: Sítio do Pica Pau Amarelo – uma visita ao folclore e a gastronomia brasileira.
O objetivo é o resgate da gastronomia brasileira, da agricultura familiar e do mundo mágico da literatura infantil. A área de Alimentos do Senai Taguatinga apresentará ao público visitante um cardápio de preparações de panificação e confeitaria desenvolvido pela equipe de instrutores da unidade.
Serão nove produtos apresentados para degustação. Estas preparações foram baseadas nos contos do Sítio do Pica Pau Amarelo, traduzidas para o contexto da nova gastronomia e das novas tendências da alimentação: prazer, conveniência e praticidade, saúde e bem estar, qualidade e sustentabilidade.
Escola do Futuro
A Escola do Futuro também faz parte dos Eventos Especiais da Olimpíada do Conhecimento 2016. No espaço, os convidados vão descobrir as novidades em educação, tecnologia e inovação que o Senai e o Sesi oferecem aos alunos.
O Senai-DF vai demonstrar a simulação real da atuação de uma operadora de transmissão de dados que resultam em atividades ao consumidor final. Serão apresentadas situações de transmissão de dados de voz, comunicação de dados e integração de fibra ótica no processo, interagindo com a transmissão desses dados em nuvem.
Desta forma, os visitantes poderão visualizar a sinergia entre as áreas de Telecomunicações e Tecnologia da Informação, áreas de atuação nas unidades do Senai-DF, e sua aplicabilidade nas atividades das indústrias e no dia a dia da formação profissional dos alunos. Além de simulações, aplicativos de realidade virtual estarão disponíveis para visualização do público visitante.
Desafios Individuais
Com o novo modelo de Olimpíada, os alunos do Senai, do Sesi, dos Institutos Federais de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (IF) e de escolas públicas do Distrito Federal, serão testados por meio de provas práticas divididas em desafios por equipes, individuais, avaliação prática do estudante e Inova SENAI.
Cada desafio vencido vale pontos para as unidades da federação representadas na competição. Por isso, os participantes também serão testados individualmente em resolução de problemas, representando ocupações das sete áreas tecnológicas. Simultaneamente aos desafios por equipes, os competidores serão chamados, no decorrer dos três dias de competição, para provas surpresa que podem levar de uma a duas horas, de acordo com a ocupação.
Como no desafio da casa inteligente, por exemplo: dos oito integrantes da equipe, cinco participarão de desafios individuais (das profissões: Instalações Hidráulicas e de Aquecimento; Instalações Elétricas Prediais; Movelaria; Construção em Alvenaria e Aplicação de Revestimentos Cerâmicos). No caso do Tuning, dos quatro componentes da equipe, dois vão realizar os desafios individuais: um de Pintura Automotiva e outro de Mecânica. Os campeões das provas individuais vão somar pontos para sua equipe.
Essa é uma forma de atestar que todos os participantes tenham as competências técnicas exigidas nas profissões dos desafios por equipe. Ou seja, cada integrante do grupo deve dominar os conhecimentos da sua área para garantir ao máximo o alto nível da formação.
A Olimpíada do Conhecimento tem um papel extremamente relevante no fomento dos cursos técnicos no Brasil já que coloca em discussão a importância da educação profissional para o jovem e para o País. A educação profissional tem diversos benefícios: o jovem ganha uma profissão, pode se inserir no mercado de trabalho e, ainda, poderá prosseguir seus estudos. Assim, ganham as empresas porque terão trabalhadores mais produtivos, com nível de excelência maior, e ganha a sociedade porque vai melhorar a produtividade do trabalho no País.
OC: Vitrine para o Mercado de trabalho
Além de ser uma grande vitrine para os jovens que estão se preparando para ingressar no mercado de trabalho, o evento também divulga e qualifica a educação profissional ofertada pelo Senai. Durante os dias de competição, os visitantes têm a oportunidade conhecer as diversas opções de capacitações técnicas disponíveis e suas possíveis inserções no setor produtivo nacional.
Assessoria de Imprensa do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Distrito Federal (Senai-DF)