Defesa de interesses do segmento industrial, fortalecendo as bases desenvolvimento para a construção de uma indústria forte, dinâmica e competitiva
FIBRA
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A atividade industrial brasiliense encerrou 2017 ainda em queda, mas com sinais de recuperação ao registrar resultados melhores do que os do início do ano. A utilização da capacidade instalada, por exemplo, chegou a 64% em dezembro. Em janeiro de 2017, estava em 59%. A mais recente Sondagem Industrial do DF revela que o ritmo lento de recuperação é influenciado pela alta carga tributária, que leva à concorrência desleal entre o produto local e o de estados com preços mais competitivos.

O estudo mensal, feito pela Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra) em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e com o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-DF), mostra que a produção industrial passou de 34,3 pontos para 47,3 pontos de janeiro a dezembro do ano passado. Mesmo abaixo da linha divisória dos 50 pontos – que separa queda de aumento da produção –, a elevação sugere a continuidade do processo de recuperação da indústria local, iniciado em janeiro passado.

Os estoques, por sua vez, encerraram o ano ajustados. Isso demonstra bom planejamento por parte dos empresários, que estão vendendo o que é produzido. Em dezembro, o indicador de evolução do nível de estoques planejado x desejado alcançou 46,9 pontos, contra 40,3 em janeiro. Já o emprego industrial fechou o ano em 48,7 pontos – no início de 2017, o indicador era de 43,3 pontos.

O levantamento mostra ainda que os empresários seguem insatisfeitos com a situação financeira e com a margem de lucro de seus negócios. Esses índices, pesquisados trimestralmente, fecharam o ano em 45 e 43,1 pontos, respectivamente.

Entraves

Os principais problemas enfrentados pelo setor no DF também são levantados pela Sondagem Industrial. Eles sustentam os motivos pelos quais os empresários estão insatisfeitos. A elevada carga tributária segue no topo da lista. O percentual de empresas que reclamou desse item subiu de 32,3% no terceiro trimestre do ano passado para 46,7% no quarto trimestre. A competição desleal (33,3%) e as taxas de juros elevadas (31,7%) também foram mencionadas.

Para o presidente da Fibra, Jamal Jorge Bittar, os efeitos da Lei Complementar n° 160, de 2017, que permitirá a convalidação de incentivos fiscais, serão fundamentais para a reversão de um cenário de corrosão da margem de lucro da indústria brasiliense. “Para que nossas indústrias tenham condições de igualdade de concorrência com os estados, temos de nos empenhar em definir quais incentivos queremos replicar – aí a indústria local terá condições de competitividade.”

O presidente da Fibra destaca a dificuldade de os empresários captarem recursos, apesar da contínua queda da taxa Selic, que, em fevereiro, chegou ao menor nível da história – 6,75% ao ano. “Linhas como o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) não têm acompanhado a queda da taxa básica de juros. Além disso, o processo é demorado e o Banco do Brasil, maior operador do fundo, ao considerar os bens postos em garantia pelo empresário, quase sempre os subavalia”, critica.

Em 2009, enquanto a Selic estava em 8,25%, a maior taxa de juros do FCO – para grandes empresas – era de 10%. Hoje está em 12,25% ao ano.

Perspectivas para os próximos seis meses

A última Sondagem Industrial do DF foi feita na primeira quinzena de janeiro. Além da análise dos empresários da indústria sobre o mês anterior, traz as perspectivas para este semestre. A pesquisa mostra a expectativa de aumento de demanda. O indicador de demanda por produtos está em 53,9 pontos. No entanto não há previsões para novas contratações nos próximos seis meses. O indicador de expectativas de emprego continua negativo: 45,4 pontos.

Sondagem Indústria da Construção

Os indicadores referentes às condições atuais do maior segmento industrial do DF continuam em queda, embora bem menos intensa que a observada ao longo do ano passado. O nível de atividade iniciou 2017 em 41,1 pontos e fechou em 49,4 pontos, o que revela diminuição gradativa do ritmo de queda da atividade do setor.

Os empresários da construção civil também assinalaram a elevada carga tributária como o maior problema no último trimestre de 2017. O item foi citado por 61,4% dos respondentes.

As expectativas para o primeiro semestre de 2018 são positivas. Os empresários esperam o aumento de novos empreendimentos (54,6 pontos) e também pretendem contratar (52,5 pontos).

A pesquisa sobre a construção também é feita mensalmente pela Fibra, com a CNI e o IEL-DF.

Texto: Suzana Leite 
Assessoria de Comunicação do Sistema Fibra

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