FIBRA
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Como parte das atividades da Semana da Empresa Exportadora, a Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra) promoveu na sexta-feira, 5 de maio, uma visita ao Terminal de Cargas do Aeroporto Internacional de Brasília Presidente Juscelino Kubitschek. Oficialmente inaugurado em 1975, o espaço recebe diferentes tipos de mercadorias vindas de outros países ou que seguirão de Brasília para o exterior.
Vinte e oito pessoas, de 24 empresas e da área técnica da Federação, conheceram os bastidores da operação do terminal, que opera de forma ininterrupta e, em 2022, movimentou 3.419 toneladas de carga de importação e outras 1.307 toneladas para exportação.
“O segmento que a gente mais movimenta é o da indústria farmacêutica, com produtos médicos e hospitalares”, detalha a gerente do Terminal, Caroline Nogueira.
De acordo com ela, o espaço movimenta, por mês, em média, entre 300 e 400 toneladas de produtos de importação e cerca de 50 toneladas de materiais para exportação. “Gostamos de receber os empresários para desmistificar um pouco o processo que, para quem não conhece, parece burocrático, além de mostrar como a carga é tratada aqui e quais são os órgãos envolvidos. Buscamos trazer visibilidade para o processo de comércio exterior aeroportuário e mostrar o que a gente consegue, enquanto aeroporto, fazer como diferencial em termos de entrega e de prestação de serviço”, completa Caroline.
Durante a visita técnica, além de tirar dúvidas, os participantes conheceram as áreas de armazenamento de cargas e passaram por espaços como câmara fria, canil e local para artigos perigosos. Depois, em um ônibus, passearam pelo pátio de aeronaves e visualizaram operações de carga e descarga em um avião doméstico. A recepção no terminal de logística aeroportuária faz parte da primeira edição da iniciativa Portas Abertas Terminal de Cargas do Aeroporto de Brasília, promovida pela Inframerica, que administra o espaço.
Para a gerente do Centro Internacional de Negócios da Fibra (CIN-DF), Viviane Brunelly, que acompanhou o grupo, ver essas operações na prática é algo que possibilita ao empresário ter segurança em relação ao processo e o aproxima de agentes que trabalham com comércio exterior.
Para ela, o envio de mercadorias por meio aéreo é algo que precisa ser bem estudado de forma estratégica por aqueles que desejam o serviço, para que a entrada no mercado externo ocorra de forma sustentável e segura. “O transporte aéreo tem de ser considerado a partir da natureza do produto, da quantidade, do volume, do peso e do valor agregado. Também é importante avaliar as restrições das companhias aéreas, já que algumas trabalham com dimensões específicas e, por exemplo, não aceitam cargas perigosas e certos tipos de produtos químicos e tóxicos”, explica.
De Brasília para o mundo
Empresário do ramo alimentício, Rômulo Lopes trabalha com produtos feitos à base de milho. Ele é sócio-proprietário da Pamonha Pura, fundada em 1995, em Brasília. O primeiro contato com o mercado exterior veio em 2015, com o envio de remessa para os Estados Unidos da América. Hoje, os produtos chegam também em países como Bélgica, Japão e Portugal.
Segundo ele, hoje, a maioria dos embarques ocorre de forma marítima. Pelo mar, Rômulo explica que em um palete com dimensões de 1,20m por 1m cabem cerca de 3,5 mil pamonhas de 300 gramas cada. Em aviões, são aproximadamente 2,3 mil unidades, já que o empilhamento depende dos limites de altura estipulados para cada tipo de aeronave.
Tempo, custo e quantidade são alguns dos pontos considerados. “Quando a gente envia uma carga para os Estados Unidos, por exemplo, dependendo do navio, varia de 14 e 21 dias para chegar ao destino. Mas temos também situações em que a gente manda via aérea para importadores e o produto sai em uma madrugada e é retirado no outro dia de manhã. Isso facilita muito uma urgência ou uma reposição de estoque. Ou seja, em uma necessidade maior, a exportação aérea é realmente muito importante.”
Atualmente, o despacho aéreo ocorre em São Paulo, para onde as pamonhas seguem de forma terrestre. Em terra paulista, a carga é preparada por despachantes para o embarque. “Com o conhecimento que a gente adquiriu na visita, a gente vai conseguir, possivelmente, enviar cargas partindo de Brasília, já que o aeroporto daqui também é um hub para vários países. A gente vai evitar o custo de transporte terrestre até São Paulo e fazer com que esse produto chegue na ponta mais barato para que a gente possa vender cada dia mais”, avalia o empresário, que gerencia ainda uma indústria de itens alimentícios produzidos a partir do açaí, que são também exportados.
Entre os participantes da visita técnica, também estava Daniela Queiroz, que é sócia-proprietária da Natteca — empresa que trabalha com a produção de peças a partir de madeira reflorestada. “A gente exporta para a Índia, pelo estado do Pará, a madeira bruta do reflorestamento. O que o sobra na floresta eu trago para Brasília, onde construí a indústria, agrego valor e a intenção é internacionalizar”, explica.
Ela definiu a visita como espetacular e acredita que conhecer uma operação logística desse tipo e entender como os processos funcionam são fatores importantes para quem pensa em internacionalização.
“A exportação aérea saindo de Brasília não vai ser tão onerosa como eu imaginava. Para mim, isso foi um benefício incrível porque a partir do momento em que eu trago a madeira para Brasília e agrego valor, eu estou no Centro-Oeste e escoar a produção a partir daqui seria um tanto quanto mais oneroso e complicado. Mas, para minha surpresa, não vai ser assim; então, é algo que a gente já vai fazer os cálculos para viabilizar o envio da mercadoria”.
Apoio à internacionalização
O CIN-DF dá suporte para uma entrada segura e bem-sucedida no mercado internacional. Além de apoiar a participação em missões empresariais, com os objetivos de aumentar a competitividade da indústria local e o crescimento no mercado, o centro promove periodicamente ações de capacitação e tem autorização para emitir documentos importantes para as relações de empresas brasilienses com outros países, como o Certificado de Origem Digital (COD). Também fazem parte dos serviços a análise do cenário, das oportunidades e dos riscos e a elaboração de estudos personalizados.
Além disso, oferece capacitações. Nos dias 10 e 11 de maio, centros internacionais de negócios de 18 federações de indústrias brasileiras, incluindo a do DF, promoverão formação com o tema Classificação Fiscal de Mercadorias. As aulas serão transmitidas pela plataforma Zoom, das 15h às 18h, com o pós-doutor em Tecnologia da Informação e doutor em Administração Fábio Verruck. O investimento é de R$ 240 e empresas associadas aos sindicatos filiados à Fibra têm 15% de desconto.
Para saber mais sobre os serviços do CIN-DF ou se inscrever para a capacitação, os interessados podem entrar em contato pelos telefones (61) 3362-6122/6132, de segunda a sexta-feira, das 9h ao meio-dia e das 13h às 18h, ou pelo e-mail cin@sistemafibra.org.br.