FIBRA
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Empresários e líderes sindicais brasilienses participaram nesta semana do 6º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria. Realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), nos dias 13 e 14/5, em no Sheraton WTC Golden Hall, em São Paulo, o evento teve por objetivo fortalecer o ambiente de inovação no Brasil.
Para o presidente da Fibra, Jamal Jorge Bittar, é de extrema importância a presença de industriais dos diversos segmentos do DF no evento. “Investir em inovação é condição primordial para as empresas competirem e conquistarem novos mercados”, comentou. Os segmentos metalomecânico, madeira e mobiliário, TI, vestuário, construção civil, grãos, eletroeletrônicos, alimentos e gráfico estavam representados por empresários do DF no maior evento de inovação do País.
O Brasil vem perdendo posições nos principais rankings internacionais de inovação a cada ano. No Índice Global de Competitividade 2014-2015, do Fórum Econômico Mundial, o Brasil ocupa a 57ª posição entre 144 países – queda de 11 posições comparado ao relatório de 2012-2013. Já no Índice Global de Competitividade, no qual o International Institute for Management Development (IMD) e a Fundação Dom Cabral comparam o desempenho de 60 países, o Brasil estava na 38ª posição em 2010, passou para 44ª em 2011, 46ª em 2012, 51ª em 2013 e chegou a 54ª em 2014.
Na abertura do evento, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, ressaltou que a prosperidade do País depende de um esforço conjunto e de ações coordenadas entre os setores produtivo, acadêmico e público. “É isso que fortalecerá a estratégia de inovação da indústria brasileira. O avanço se dará com investimentos pesados em educação e em desenvolvimento tecnológico empresarial, com estímulo à criatividade, com leis mais claras e um sistema de financiamento mais diversificado”, disse.
Já o presidente do Sebrae, Luzi Barreto, acredita que o Brasil não terá inovação se não incorporar os pequenos negócios ao processo de encadeamento produtivo, que é a estratégia para aumentar a competitividade por meio de relacionamentos cooperativos entre pequenas e grandes empresas. “Com o encadeamento ganham os empreendedores de pequeno porte, porque eles se inserem na cadeia de valor da indústria, gerando um maior volume de negócios e aumento de competitividade. Ganham as grandes empresas, porque passam a contar com uma gama maior de fornecedores, negociando preços melhores, ampliando a flexibilidade no fornecimento e na distribuição. Encadeamento pressupõe relacionamentos de longo prazo”, observa.
Segundo a presidente do Sindicato das Indústrias Fabricantes e de Reparação e Manutenção de Máquinas, Aparelhos e Equipamentos Industriais, Elétricos e Eletrônicos do DF (Sindeletro-DF), Maria de Lourdes da Silva, diante do cenário de baixo crescimento na economia do País, com demanda enfraquecida e com a intenção de consumo das famílias em queda, é imprescindível que as empresas adotem uma postura diferenciada e se reinventem. “Inovar, portanto, é questão de sobrevivência”, afirmou.
Pesquisa lançada pela CNI no Congresso revela que seis em cada dez líderes empresariais que comandam negócios inovadores consideram que o grau de inovação no Brasil deixa a desejar. Quando a pesquisa questionou a opinião deles sobre este tema, 54% responderam que o grau de inovação da indústria brasileira é “baixo” e outros 8% responderam “muito baixo”; 35% afirmaram “nem alto, nem baixo” e apenas 3% classificaram como “alto”. O estudo foi divulgado nesta terça-feira (12), em São Paulo.
O DF no cerne da inovação
Também durante congresso foi lançada a publicação Inovar é fazer: 22 casos de inovação de pequenas, médias e grandes empresas. O livro reúne experiências de inovação bem sucedidas e que servem de exemplo e inspiração a outras empresas que querem inovar. Os casos têm características peculiares, com trajetórias que ilustram situações de administração de riscos, gestão da inovação, parcerias, apoios externos, política de propriedade intelectual, busca por visibilidade e reconhecimento e, principalmente, resultados.
A empresa brasiliense WiseIndústria de Telecomunicações, uma das vencedoras do Prêmio Nacional de Inovação 2014, na categoria Gestão da Inovação (Médias Empresas) fez parte da publicação.
Para a dona da Wise, Suely Silva, ex-diretora de Assuntos de Desenvolvimento Tecnológico da Fibra, estar à frente desta diretoria na Federação foi fundamental para acreditar na inovação. “Implantamos na nossa empresa a gestão da inovação, baseada no projeto Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI)”, contou.
Suely explica que lançou o portal Inova Wise, em que os funcionários podem postar as ideias que têm de inovação e, se absorvidas pela empresa, o autor da inovação tem participação nos lucros. A empresa também criou um grupo gestor de inovação que reúne e estuda a viabilidade de cada ideia proposta. “Apesar da queda da indústria com o cenário de recessão da economia, com os novos produtos propostos pelos nossos funcionários, aumentamos 14% nas vendas. Portanto, a inovação é vital para empresa. Se não inovar, você morre”, completou.
A diretora de inovação da CNI, Gianna Sagazio, ressaltou que a inovação deve estar no DNA de cada empresa e ser inerente à estratégia de crescimento. “A publicação reforça o papel da CNI de incentivar investimentos e disseminar a importância da inovação empresarial. Sem isso, não há competitividade. Para inovar é preciso persistência e ousadia. Os resultados normalmente vêm em médio e longo prazo, mas certamente valerão a pena”, afirma Gianna.
Ainda na ocasião, foi anunciada a Chamada Nacional de Projetos. O convênio, assinado pela CNI e pelo Sebrae, terá aporte de R$ 20,5 milhões. A iniciativa tem o objetivo de apoiar, técnica e financeiramente, micros e pequenas empresas industriais por meio de consultorias em gestão da inovação e gestão empresarial. Os projetos devem ser apresentados pelos Núcleos Estaduais de Inovação do Sistema Indústria, sediados nas Federações, Sesi, Senai e IEL estaduais, em parceria com as Unidades Federativas do Sebrae.
O Congresso
A programação do evento contou com alguns dos principais especialistas em financiamento, propriedade intelectual, recursos humanos e engenharias, startups e pequenos negócios e tecnologias do futuro. Entre eles, estiveram: Antony Taubman, diretor da divisão de propriedade intelectual da Organização Mundial do Comércio (OMC); Cesar Hidalgo, líder do grupo Conexões Macro do Media Lab do Massachusetts Institute of Technology (MIT); Deborah Wince-Smith, CEO do Council of Competitiveness (EUA); Elizabeth Reynolds, diretora-executiva do Centro de Performance Industrial do Massachusetts Institute of Technology (MIT); Mariana Mazzucato, professora de Economia da Inovação da Universidade de Sussex (Inglaterra); Richard Miller, reitor do Olin College of Engineering (EUA); Sethuraman Panchanathan, diretor do Instituto Global de Sustentabilidade da Universidade Estadual do Arizona (EUA); Thomas Mason, diretor do Oak Ridge National Laboratory (EUA); William Goldstein, diretor do Lawrence Livermore National Laboratory (EUA).
Além deles, também participaram convidados especiais de empresas que são referências mundiais em inovação: Bernardo Gradin, presidente da GranBio; Guruduth Banavar, vice-presidente de Computação Cognitiva da IBM; James Phillips, presidente do Conselho de Administração e CEO da NanoMech; John Kao, CEO e fundador da EdgeMakers; Josie Adams, vice-presidente global de inovação da AVON; Ken Washington, vice-presidente de Pesquisa e Engenharia Avançada da FORD Mundial; Láercio Cosentino, presidente e CEO da TOTVS; Mauro Kern, vice-presidente executivo de operações da EMBRAER; Pedro Passos, cofundados da NATURA; Ricardo Pelegrini, gerente-geral da unidade de serviços para IBM Amércia Latina.
Para o assessor de Assuntos de Desenvolvimento Tecnológico da Fibra, Edson Neri, o time de convidados foi o diferencial do evento. “Sem sombra de dúvidas a qualidade técnica das apresentações foi o que mais me chamou atenção no congresso”, observou. O assessor completou: “Os eventos paralelos, como os desafios de startups patrocinados pela Natura e pela Braskem também foram destaques da programação”.
O Prêmio Nacional de Inovação
As pequenas, médias e grandes empresas vencedoras do Prêmio Nacional de Inovação 2015 foram conhecidas na noite de quarta-feira (13), também durante o 6º Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria. Elas estavam entre as 28 finalistas selecionadas a partir das 2.219 inscritas para a edição deste ano. As empresas repartirão R$ 900 mil pré-aprovados no Edital SENAI SESI de Inovação, além de participação em missão técnica internacional e curso de educação executiva em escola de negócios reconhecida internacionalmente.
Suzana Leite
Assessoria de Imprensa da Presidência
Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra)
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Foto: Glaucya Braga/Fibra e José Paulo Lacerda/CNI