Defesa de interesses do segmento industrial, fortalecendo as bases desenvolvimento para a construção de uma indústria forte, dinâmica e competitiva
FIBRA
Getting your Trinity Audio player ready...

Exportacao na pratica6 FotoMoacirEvangelista22032023A Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra) promoveu, na quarta (22) e na quinta-feira, 23 de março, capacitação sobre o mercado internacional. Com o tema Exportação na Prática, a aula foi ministrada pelo professor Luiz Roberto Oliveira, pós-graduado em Relações e Negócios Internacionais e em Econegócios e Gestão Socioambiental, com experiência de 20 anos em comércio exterior, logística, importação, exportação e processos de internacionalização.

A iniciativa faz parte de uma agenda de formação planejada em parceria por centros internacionais de negócios de 18 federações de indústrias brasileiras, incluindo a do Distrito Federal.

No encontro, Luiz Roberto Oliveira abordou temas como construção de um diferencial competitivo para o mercado externo, criação de um comitê de exportação na empresa, tipos de exportação, princípios de classificação fiscal, atores de um processo de exportação e documentos necessários para enviar mercadorias para fora do País.

Cento e trinta e oito pessoas participaram do curso, com duração de 6h e conteúdo voltado para aqueles que desejam exportar e para os que já iniciaram esse processo. “É importante transcender a ideia de que exportar é um ganho advindo única e exclusivamente do envio de mercadorias e do recebimento de dinheiro. É muito mais do que isso, é uma questão da imagem da empresa e de aumento da competitividade no mercado interno”, destacou Oliveira durante a aula.

Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontam que o setor industrial representou 69,3% das exportações brasileiras de bens e serviços em 2022. Os três principais países de destino das exportações da indústria foram China, Estados Unidos e Argentina, respectivamente.

Para Luiz Roberto, alguns pensamentos podem atrapalhar o processo de internacionalização. “Não diga que quer exportar porque lá fora pagam bem ou porque o mercado interno está ruim. Isso denota duas situações: falta de persistência e falta de comprometimento. Se você quer exportar porque lá fora pagam bem, você esquece que o câmbio no Brasil é flutuante. Além disso, exportar é correr maratona, não é prova de 100 metros; envolve tempo, esforço e dinheiro”, completou.

Nas duas manhãs de capacitação, os participantes também puderam tirar dúvidas sobre a temática com o consultor e conversar entre si, com troca de dicas e informações. A interação é destacada pela gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN-DF) da Fibra, Viviane Brunelly: “Essa é uma troca muito positiva. Ao fazer contato com outras empresas e observar outras demandas, indústrias locais conseguem absorver novas ideias e criar uma cultura de exportadora”.

As próximas capacitações estão previstas para os dias 29 e 30 de março, sobre Declaração Única de Importação (DUIMP), e para os dias 11 e 12 de abril, sobre o regime aduaneiro drawback. As inscrições devem ser feitas junto ao Centro Internacional de Negócios da Fibra (CIN-DF).

Apoio à internacionalização
O CIN-DF dá suporte para uma entrada segura e bem-sucedida no mercado internacional. Além de apoiar a participação em missões empresariais, com os objetivos de aumentar a competitividade da indústria local e o crescimento no mercado, o centro promove periodicamente ações de capacitação e tem autorização para emitir documentos importantes para as relações de empresas brasilienses com outros países, como o Certificado de Origem Digital (COD). Também fazem parte dos serviços a análise do cenário, das oportunidades e dos riscos e a elaboração de estudos personalizados.

Para saber mais sobre os serviços do CIN-DF ou se inscrever nas capacitações, os interessados podem entrar em contato pelos telefones (61) 3362-6122/6132, de segunda a sexta-feira, das 9h ao meio-dia e das 13h às 18h, ou pelo e-mail cin@sistemafibra.org.br.

Bate-papo com o professor Luiz Roberto Oliveira, pós-graduado em Relações e Negócios Internacionais e em Econegócios e Gestão Socioambiental, com experiência de 20 anos em comércio exterior, logística, importação, exportação e processos de internacionalização

Como a exportação pode ser um diferencial competitivo para uma empresa no mercado interno?
Ao iniciar um processo de internacionalização focado na exportação, a empresa acaba mudando seus referenciais competitivos. Ela deixa de analisar o seu concorrente local, regional e até mesmo nacional e passa a ter como referência padrões do mercado externo. Ao fazer isso na busca por atingir esses padrões de qualidade do mercado externo, ela melhora seus processos e se torna mais competitiva no mercado interno. Além disso, ela tem uma série de ganhos advindos da exportação, como utilização da capacidade produtiva ociosa, créditos tributários e [melhoria da] imagem junto a fornecedores e a clientes.  Tudo isso acaba contribuindo para a competitividade dela, para melhores resultados, para melhor utilização da estrutura produtiva.

A indústria do DF é majoritariamente formada por micro e pequenas empresas. Por onde elas podem começar no processo de exportação?
O primeiro ponto é entender o que é exportar, e a melhor forma de fazer isso é participando de capacitações, presenciais ou online, e de eventos que permitam interagir com empresas que já exportam. Nesse sentido, as federações promovem vários encontros e várias rodadas que permitem ter essa interação. As capacitações também possibilitam entender quais são as exigências da exportação e trazem ainda a consciência de quais são as necessidades de adaptação do modelo de negócio para conseguir atender a essas exigências do mercado externo. A Rede CIN é uma forte aliada das empresas neste processo de internacionalização. Com certeza, através desses primeiros passos, o empresário vai conseguir dimensionar se tem ou não, neste momento, condições de atender às exigências do mercado. E, se não tiver neste momento condições, no futuro, ele já pode ir se preparando para isso.

[Há micro e pequenas empresas] que também exportam e exportam muito bem. Claro, o que vai mudar nessa questão é o volume de exportação. Pode-se exportar individualmente ou em grupo, mas o importante é ter a consciência de que não se deve desistir dessa ideia em virtude do tamanho [da empresa]. Isso não é, de maneira alguma, impeditivo.

Além do apoio de instituições como a Fibra, por meio do Centro Internacional de Negócios, quais ferramentas de consulta são essenciais para quem quer ingressar no mercado externo?
No site da ApexBrasil [Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos] há estudos de mercado, muitos deles, inclusive, gratuitos. Há ainda o Portal Único de Comércio Exterior, que fala sobre a sistemática de exportação e dá também algumas informações básicas a respeito. Essas são duas dicas de sites, de fontes oficiais, com informações de qualidade.

Texto: Samira Pádua
Foto: Moacir Evangelista/Fibra
Assessoria de Comunicação da Fibra

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *